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Leonor Pinhão arrasa e questiona para que serve um Secretário de Estado

No meio de tantas ameaças e afastamentos por batota, onde anda o Secretário de Estado do Desporto

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Para que serve um secretário de Estado do Desporto?

 

Ou, melhor, que perceção temos, nós, o vasto público, da funcionalidade e da amplitude da operacionalidade deste membro do Governo? Correndo o risco de cometer uma injustiça -vá lá saber-se em que trabalhos civilizacionais se mete todos os dias vá lá saber-se a que recônditos de más práticas chega o braço justiceiro da nossa agência governamental do desporto-, o que sempre ressalta, no entanto, é a invisibilidade do secretário de Estado nos momentos mais agudos e mais graves da vivência desportiva nacional. O que o país espera com urgência de um secretário de Estado do Desporto não é propriamente, que ande a inaugurar vedações em recintos desportivos ou a posar para a fotografia com atletas medalhados ou a inaugurar simpósios, entre outras atividades de semelhante inocuidade meritória de uma agenda insuficiente face à escalada de violência que atormenta o desporto nos campos, nas bancadas, nas redes sociais e nas ruas.

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Nestas circunstâncias, o que se espera de um secretário de Estado é que intervenha na área que lhe foi confiada com o Poder com que foi empossado para transformar num lugar bem frequentado aquele que é, cada vez mais, um lugar mal frequentado. Em 2017, por exemplo, é de supor que o anterior secretário de Estado do Desporto não serviu para nada quando o líder uma claque de um clube importante de futebol pespegou numa rede social a fotografia de um árbitro argentino sovado e ensanguentado com a legenda ‘este já não rouba mais’. Tratou-se de uma ameaça nada velada, antes bastante direta, aos árbitros nacionais e não houve organismo disciplinar nem organismo estatal que interviesse no assunto com o alcance com que era suposto intervir.

Esta semana veio a União Ciclista Internacional suspender uma equipa de ciclismo portuguesa apanhada numa operação policial com sacos de sangue substâncias proibidas para dar e vender num volume que pressupõe um espetacular nível de banditismo associado ao mais usual e corriqueiro nível de batotice. Veio, então, uma organização internacional discordar do diretor da Volta a Portugal, para quem a corrupção anda de mãos dadas com a ambição*, e explicar às impotentes autoridades nacionais que o ciclismo não é um mundo sem Lei. Mas, em Portugal, parece que é o diretor-executivo da Autoridade Anti-dopagem de Portugal anunciou anteontem que as “ameaças” à sua “integridade física estão a acumular-se”, que “foi necessário colocar a sua família em casa sob vigilância policial, que recebeu “uma bala* na sua caixa do correio e que continuará a fazer o seu trabalho com o mesmo rigor, transparência e honestidade”. Eis um tipo corajoso, Houvesse mais tipos assim. E voltamos à questão inicial.

Para que serve um secretário de Estado do Desporto?

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