A camisola com o nome de Bruno Simões que o plantel do Benfica levou ontem para o balneário é muito mais do que um alerta para a situação que ocorreu na A1, em Grijó-Gaia.
É, antes, um pedido desesperado para que todos os Brunos Simões – apaixonados por futebol – possam continuar a acompanhar as suas equipas e regressar a casa sãos e salvos.
A Liga Portugal anunciou orgulhosamente que no passado domingo se bateu um recorde com mais de 10 anos. Desde 2007 que não iam tantos adeptos aos estádios no mesmo dia: 145.420.
O Benfica congratula-se com o registo (e também por o Estádio da Luz ter contribuído com 39,5% do valor total), mas lamenta que a mesma Liga Portugal não tenha ainda dedicado uma palavra ao nosso adepto que foi barbaramente atirado para uma cama do Hospital de Gaia. Ele foi um dos 145.420!
O que está em causa, nesta emboscada da A1, é de novo o crime organizado! Que se manifesta das mais variadas formas. Seja pelas ameaças aos árbitros e respetivas famílias, seja pelo cibercrime, seja por estes cobardes ataques a adeptos.
E importa recordar que, nestas questões, a inércia das instituições é o melhor incentivo à cultura de ódio.
O crime contra os elementos da Casa do Benfica de Barcelos que seguiam no autocarro é semelhante, na forma, ao que se passou em Alcochete: uma ação planeada e perpetrada intencionalmente para causar dano.
Ou seja, está contemplada no artigo 3/1 da Lei 52/2003, de 22 de agosto, e enquadra-se no âmbito da verificação de elementos do crime de terrorismo. O que é que ainda falta para se travar esta gente?