“O coro de virgens ofendidas que se levantou devido ao incidente com Otávio”
A opinião do adepto sobre o que não faz a federação
A hipocrisia medra com bastante frequência e rapidez no meio futebolístico, sendo mais do que muitos os incendiários que, quando dá jeito, aparecem travestidos de bombeiros, simulando estar interessados em apagar os fogos que, vai-se a ver, eles próprios atearam ou contribuíram para atear.
Não são de agora as vaias a jogadores que, representando um clube rival daquele que cede o estádio onde joga a selecção, são brindados com apupos vindos das bancadas. Os casos não são felizmente frequentes, mas também não começaram agora e já conheceram todos os palcos. No desporto, a estratégia de criar inimigos em vez de aprofundar sãs rivalidades, conduziria necessariamente a tal desfecho, pois nem era preciso que o jogador tivesse insultado todo um clube, bastava que tivesse … marcado um golo contra… O que na verdade é raro é esses apupos terem, por assim dizer, “uma razão de existir” e se dirigirem a jogadores que insultaram, e disso fizeram gala, com cânticos e palavrões e com gestos, mais ou menos obscenos, mas sempre, sempre, de sorriso nos lábios, sem que isso tivesse merecidos dos escandalizados de hoje, a mais leve censura.
Um vídeo que diz tudo. 🖕 https://t.co/BOslsCj9FP pic.twitter.com/pZHojl7IXJ
— Polvo das Antas – Em Defesa do SL Benfica (@moluscodasantas) June 17, 2023
O coro de virgens ofendidas que se levantou devido ao incidente com Otávio no Estádio da Luz, só encontra explicação na falta de cuidado dos serviços federativos, sobretudo após o incidente com Joao Mário no Estádio de Alvalade, em alertar o selecionador para essa “inevitabilidade”, caso persistisse em fazer aquele tipo de substituições. A não ser que achem que o selecionador vai durar pouco à frente da equipa das quinas e não queiram, por isso, dar-lhe demasiada informação… Pergunto: que necessidade (sentido) há, frente a equipas de nível tão gritantemente inferior ao de Portugal, fazer substituições após os 85 minutos!? Gestão de esforço? Dar uma internacionalização? Ou mostrar quem manda!?
António Gomes-Martins, Vila Nova Gaia
Leia também: “Caso o Presidente da Federação tenha dúvidas, basta-lhe subir ao relvado”