Presidente do Estoril lamenta o que se passou com a criança, mas questiona o comportamento do pai dando o exemplo de outros adeptos do FC Porto, que ali se encontravam, e não forma importunados.
“1. A diferença entre uma ação e uma reação: apesar do jogo tenso, por várias razões relativas à competição, é imperdoável e injustificável o que aquela menina viveu. Não merecia e ninguém se revê no que aconteceu, sendo absolutamente reprovável. As informações obtidas apontam, porém, para o facto de não se ter tratado de um ato espontâneo por parte de adeptos do Estoril, mas sim de uma reação a provocações constantes por parte do pai da criança, desde o início do jogo, ofendendo, com os maiores palavrões imagináveis e com gestos, quem se encontrava na bancada de adeptos do Estoril, esgotando a paciência de qualquer ser humano num momento daqueles. Repito, nada justifica aquela reação, mas não a retirem do contexto provocatório que se prolongava há demasiado tempo e sem justificação, conforme diversos relatos transmitidos. E sejam verdadeiros na análise, porque não pode ficar para a história apenas uma parte do vídeo que visa tão só envergonhar uma instituição que merece respeito pelo que tem conseguido alcançar no Desporto nacional.
Deixo duas questões para reflexão: porque é que alguns adeptos do Estoril, integrados num grupo que é reconhecido e premiado pelo seu FairPlay em diversas ocasiões e por várias entidades, se insurgiram só contra aquele pai, originando que fosse conduzido pelos seguranças para outro local da bancada do Estádio? Porque é que os restantes adeptos do FC Porto, que se encontravam precisamente na mesma bancada, assistiram ao jogo todo sem que tivessem sido importunados em algum momento? Aquela menina, contudo, não merecia nada daquilo, pelo que lhe apresento os meus sinceros pedidos de desculpa e o forte desejo que continue a assistir a jogos de futebol. E nunca mais poderá voltar a acontecer algo semelhante.
- O sentido de oportunidade: não gosto de hipócritas, de falsos, de cínicos, de sonsos e de oportunistas. Nunca gostei. Geralmente aproveitam-se destas alturas, procurando esconder as suas incapacidades para resolver assuntos sob a sua alçada, sacudindo a “água do capote” para tentar escapar, opinando precipitadamente sem terem a devida informação e contextualização, e apenas por terem sido pressionados por terceiros. Conheço-os bem e ao Grupo Desportivo Estoril Praia não dão lições de moral. Não lhes permito que utilizem o nosso bom nome e reputação para as suas agendas pessoais, tentando criar um bode expiatório para omitir as suas exclusivas incompetências. Já fizemos mais, em 8 anos, pela defesa dos valores, pela afirmação do Desporto inclusivo e pelo FairPlay, do que todos os outros juntos. Para além disso, nunca os vi intervir perante o constante ódio semeado pelos ditos “três candidatos”, que alimentam impunemente um clima de guerra insustentável no Desporto. Sejam fortes com os fortes, porque só assim merecerão a credibilidade que pretendem
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Lições para o futuro: mesmo sabendo que continuamos a pregar sozinhos neste deserto, não desistimos de defender aquilo em que acreditamos, promovendo um Desporto de princípios e de valores, de respeito e de inclusão. Por isso, o facto ocorrido não será por nós esquecido. O clube e a SAD irão analisar diversas medidas a aplicar no Estádio António Coimbra da Mota, aproveitando os bons exemplos que existem pela Europa, de modo a garantir todas as condições aos seus sócios e a quem nos visita.”