Uma denúncia anónima deu entrada na Procuradoria Geral da República visando Pedro Pinho, empresário, e António Perdigão, antigo árbitro e comentador do Porto Canal, relatando alegados casos de corrupção desportiva.
O denunciante diz que trabalha “na estrutura do FC Porto”. “Sou um funcionário assalariado, quase com o salário mínimo, e vejo tanta corrupção que não aceito e estou saturado. Diariamente ouço todas estas conversas”, pode ler-se.
Fala em aliciamento de jogadores e árbitros, bem como em comissões envolvendo a transferência de Militão, que serviriam para pagar estes supostos serviços. Acrescenta na denúncia os valores alegadamente envolvidos: “4 ou 5 milhões em comissões e cerca de 500 mil para pagar a árbitros e jogadores”
Leia a denúncia na íntegra:
“Pedro Pinho, agente de jogadores, e António Perdigão, ex-árbitro, são os principais responsáveis pela corrupção ativa do FC Porto na época passada, entre muitos, nos seguintes jogos também.
Estoril vs FC Porto, jogadores pagos por Pedro Pinho para falhar e árbitro condicionado e premiado por António Perdigão.
Boavista vs FC Porto, Pedro Pinho pagou 150 mil euros ao guarda-redes Wagner e o resultado foi o que se viu, ofereceu um golo ao avançado do FC Porto. Árbitro também condicionado e premiado com fruta por António Perdigão.
Chaves vs FC Porto, Pedro Pinho mais uma vez faz o serviço de controlar e pagar a jogadores e António Perdigão mantém-se fiel a oferecer fruta a ex-colegas de profissão.
Em troca de tais favores o ex-árbitro tem um trabalho como comentador no Porto Canal, onde recebe para poder exercer as funções de corrupção que exerce.
A Pedro Pinho, como recompensa de todo este trabalho de corrupção na época de 2017/18, foi-lhe entregue a intermediação do jogador Militão para o FC Porto e, se na verdade forem conferir, existe quase tanto de valor da compra do jogador como comissão que é paga aos agentes do jogador, Bertolucci e Neto, que por sua vez depois entregam a quantia de favores ao FC Porto a Pedro Pinho.
Pedro Pinho é conhecido no FC Porto como o homem que toca violino, viola, piano, bateria… canta as músicas todas (frase de referência) e o faz tudo no FCP.
Existem documentos comprovativos de tudo em casa de António Perdigão, bem como nos escritórios de Pedro Pinho e na habitação pessoal do mesmo.
Tudo isto se refere à época de 2017/18.
Verifiquem os valores envolvidos na transferência referida, assim como as verbas recebidas por Pedro Pinho diretamente dos agentes do jogador.”