Luís Marques Mendes defendeu ontem, na tribuna privilegiada que tem na SIC, que os responsáveis políticos não devem ter ligações ao futebol. Todas as semanas, Luís Marques Mendes faz, do seu espaço na televisão, uma espécie de mini telejornal. Dá notícias, chama a atenção para factos relevantes, oferece aos telespectadores verdadeiras primeiras páginas a que não faltam, inclusivamente, notícias exclusivas.
Luís Marques Mendes acumula as suas funções de comentador televisivo, com as de conselheiro de Estado, sendo que, como sabemos, o Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República. É ilegal ser conselheiro de Estado e comentador numa televisão? Não, de todo. É eticamente defensável manter estas duas funções? Depende do tipo de comentário, do que se diz, do que se defende e até onde se vai nesse nesse mesmo comentário. Marques Mendes é um homem inteligente e suponho que saiba que, semanalmente, ultrapassa muitas vezes o dever de reserva que deveria manter e que os conselheiros de Estado deviam impor a si próprios.
A ironia de tudo isto, é que o próprio canal onde tem uma avença semanal, não o poupa e, como quem não quer a coisa, passou dezenas de vezes as imagens que junto a este texto. Luís Marques Mendes é uma cara do canal e o significado da maldade, perdão, da imagem repetida vezes sem conta, deixo para a vossa própria reflexão.