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Luís Bernardo: "A constatação é que a pequenez de resultados não pode explicar nem justificar tudo"

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Num ano que poderá ficar para sempre na história do Sport Lisboa e Benfica como o da conquista do primeiro tetra, a que se junta ainda a possibilidade de se ganhar mais uma Taça de Portugal, importa sobretudo nesta reta final da época, estar focado nestes dois grandes objetivos.

Temos pela frente cinco finais de enorme grau de dificuldade, com equipas que sem exceção estão em excelente forma e a fazer boas épocas e só com muita humildade e querer o Benfica conseguirá vencer, contando sempre com o apoio incansável dos nossos adeptos.

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Mas neste dia carregado de simbolismo que hoje comemoramos “inicial, inteiro e limpo” como a poeta Sophia de Mello Breyner Andresen imortalizou é talvez o momento adequado para falarmos do sentido de responsabilidade que a liberdade de  expressão exige de todos e cada um de nós.

Bem sabemos que uma das mais batidas estratégias de desviar as atenções de falhanços sucessivos é criar todo um ambiente artificial, hostil e de factos inventados, de forma a que se passe a falar disso, e não sobre as razões e as causas que justificam mais um ano em que os objetivos não são atingidos.

Mas nas ultimas semanas temos assistido a um conjunto de situações que não podem deixar de ser realçados.

Em primeiro lugar,  o impensável de ver o assumir de uma aliança em que um clube abdica das suas aspirações de atingir um lugar na “Champions” só com o objetivo de ver um seu rival perder.

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Em segundo lugar, o total desrespeito por parte de um Presidente de um clube pelo castigo que lhe foi aplicado, fazendo gáudio de publicamente desafiar e demonstrar que se considera acima da lei e dos regulamentos que a sua instituição livremente subscreveu, ao contrário de todos, mas todos os diferentes dirigentes e agentes desportivos que sempre souberam respeitar o silencio a que estavam obrigados quando castigados.

Em terceiro lugar, o permanente discurso incendiário em que em vez de se esperar que as forças policias façam o seu trabalho e a justiça posteriormente julgue os responsáveis dos repudiantes acontecimentos da madrugada de 22 de Abril, se procure antes, omitir o contexto e apenas condenar os que não são da nossa cor clubista, quando obviamente todos os envolvidos sem exceção deverão merecer publica censura.

Em quarto lugar, 24 horas após um jogo que se distinguiu pela forma exemplar como os profissionais dos dois clubes estiveram em jogo, temos infelizmente que assistir a um chorrilho desesperado de mentiras e acusações de quem está de cabeça perdida e demonstra incapacidade total para estar à altura dos cargos que exerce.

Mas pior que isso, foram os baixos e intoleráveis insultos pessoais, intencionalmente baseados em factos totalmente falsos, demonstrativos de uma leviandade perfeitamente gratuita e indesculpável que não se pode tolerar e que só desclassifica quem os faz.

Por último, a criação de um ambiente de permanente hostilidade sobre tudo e todos, que chegou ao cúmulo da revelação de hipotéticos trocas de emails pessoais de outras instituições, numa espiral sem rumo, estratégia e sentido.

No desporto ganhar e perder é natural e é sobretudo nos momentos menos bons que devemos ter cabeça fria e aprender com os erros que naturalmente todos, mas todos, cometemos.

Termino referindo que ao longo do ano sempre procurei ser muito criterioso nas intervenções e até porque assim entendo que deve ser a postura de um responsável da comunicação de uma grande instituição. Foi isso que aprendi em mais de 20 anos de experiência, mas por entender que existem limites que não devem ser ultrapassados deixo uma constatação final e um apelo.

A constatação é que a pequenez de resultados não pode explicar nem justificar tudo.

O apelo é que deixemos o palco às verdadeiras estrelas: os Jogadores, equipas técnicas e antigas glórias.

São eles que verdadeiramente fazem do futebol um espetáculo único que delicia milhões e milhões de pessoas em todo o mundo.

E são eles que fazem desde tenra idade cada um de nós a escolher o clube do seu coração. Porque todos diferentes somos todos iguais.

Luis Bernardo

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