“Se no final da época o presidente acredite que eu já não faço parte do Benfica, aceitarei a decisão”

Roger Schmidt separou os adeptos que amam o Benfica e apoiam e assobiam dos que atiram objetos aos jogadores. Foi muito claro em relação a isso por mais ódio que alguns sintam e queiram ver o treinador longe.

“Acho que já respondi a esta pergunta nas últimas cinco conferências de imprensa sobre o meu futuro. Não há nada de novo para eu dizer. Eu tenho uma boa relação com com o presidente, e falamos sempre sobre tudo e isso é claro. Mas eu não sou o mais importante. O mais importante é o Benfica, que possamos evoluir, e que estejamos a lutar pelos objetivos do Benfica. É exigente, claro, mas se olharmos a tudo, acho que nos últimos dois anos temos feito boas coisas. Possivelmente, este ano só conseguimos a Supertaça, e claro temos de aceitar, e já disse isso várias vezes e expliquei do meu ponto de vista o que fizemos nos últimos dois anos para construir uma equipa nova, equipa jovem, com muito potencial, e com valores, acho que fazer isso e ser campeão todos os anos não é assim tão fácil. Este ano estamos numa luta difícil, acho que estamos bem, não estamos a um nível top, mas bem o suficiente para ganhar o titulo, mas o nosso rival (Sporting) está a fazer uma época boa e consistente, a um alto nível, e se no final continuarem assim, no final terão tantos pontos que é difícil ser campeão este ano e teremos de aceitar mas na minha opinião a evolução do clube, o estilo de jogo, os jogadores jovens da academia, acho que estamos a fazer isso de uma maneira positiva. Na minha opinião, tudo está equilibrado e numa boa evolução. Não estamos satisfeitos de possívelmente só ter ganho a Supertaça este ano claro, somos ambiciosos, é essa a nossa atitude, mas também vemos isso como uma motivação para fazermos as coisas melhores, e para estarmos melhores preparados quando acabar esta época. É este o meu pensamento neste momento, acho que já disse tudo sobre os adeptos como dissestes no início. Disse na segunda depois do jogo, que posso sempre perceber o descontentamento e a crítica direcionada a nós, é normal e temos de aceitar, mas claro também há limites. Quando começamos atirar coisas aos jogadores, a cuspir nos jogadores, nós também representamos o Benfica. Eu acho que podemos também exigir o mínimo de respeito. Os valores básicos do mundo estão a diminuir, mas não é correto. Respeito, honestidade, algumas coisas básicas na vida têm de ser sempre esperadas de todos, e também de nós como uma equipa do Benfica. Podem dizer que não estamos a ganhar tudo este ano ou não o suficiente, mas os jogadores estão a dar tudo para jogarem bem e ajudar o Benfica, o nós lutamos, aceitamos críticas, mas não a este nível como se viu na segunda-feira.

Como deves saber, eu não leio as notícias, não vejo televisão, e acho que é uma grande vantagem eu não falar português porque estou totalmente desligado dessas coisas. Mas o que vejo no meu dia a dia, há muitos adeptos que apoiam o Benfica, e apreciação pelo que estamos a fazer. E como já disse várias vezes, a crítica no Benfica é normal. E vocês tentam sempre dar atenção às coisas mais negativas, é o teu trabalho, percebo. É o mundo em que vivemos, onde as coisas negativas são mais interessantes para as pessoas do que as positivas. Isto é claro. Quando falas dos adeptos, falas dos adeptos negativos. Das 10 pessoas que estão em Faro atirar coisas para cima dos meus jogadores. Mas acho que também há muitos adeptos do Benfica, e pessoas que amam o Benfica que não gostam o que estes certos adeptos estão a fazer. Há mais pessoas que são positivas e que amam o Benfica. Se me perguntas da relação com estas pessoas que atiram com coisas aos meus jogadores ou que estão a cuspir nos meus jogadores, não! Eu não quero tentar melhorar essa relação. Acabou-se! Eu não posso aceitar, nunca irei aceitar, e nunca irei perdoar estas pessoas. Eu tento o meu melhor para ser um bom treinador para este clube e para a minha equipa, e espero que a gente sinta que estou a fazer o meu melhor, porque isto é importante pra mim. Um dia, no final, se eu não sou o treinador certo para o Benfica, o meu presidente irá me dizer porque temos uma boa relação, mas de certeza que é mais importante pra ele que o Benfica esteja equilibrado, e com o maior sucesso possível, e ele me irá dizer se não é este o caso, mas no momento, na minha opinião, todos estamos a lutar para um final de época positivo, e depois vamos tentar analisar e ser melhores na próxima época. ”