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“Doping, palavra que já não ouvia desde que o médico do FC Porto se insurgiu contra um controlo surpresa”

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Finalmente o “doping” no quotidiano do futebol português. Isto do doping é um estrangeirismo. Pode dizer-se dopagem, mas doping soa e percebe-se melhor. Nem todas as palavras estrangeiras têm este tratamento. Exemplo? “Rude”, palavra inglesa, que nunca teve uma adesão plena do significado da palavra homóloga em português. Mas não é preocupante, o que não faltam são palavras originárias da nossa cultura com significados diversos. Peguemos na palavra “azeiteiro”, que enquanto substantivo masculino pode transmitir o sentido de “cheio de nódoas”, bronco, pacóvio, que vende azeite, grosseiro, ordinário. Com esta ligação temos uma aproximação aceitável ao inglês “rude”.

Ora bem e se de repente um azeiteiro nos falar em doping desportivo?
“Impulse” não será, pois a sua aplicação é meramente cutânea. E o azeite também não será dopante, embora se lhe reconheçam muitas propriedades.
Será raiva, desespero, demência? Confesso que não tenho prognósticos para as intenções…

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Talvez seja apenas vontade de mudar de tema, pois as pessoas devem estar fartas de tagarelar sobre arbitragem e disciplina. É sempre a mesma conversa e são sempre os mesmos figurões.
Assim, agora temos o doping, palavra que eu já não ouvia desde que o médico do FC Porto se insurgiu contra um controlo surpresa aos ditos clubes grandes, em Outubro do ano passado. Em resposta, o Presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal escreveu o seguinte: “Meu caro Dr. Nélson Puga. Espero que este e-mail o encontre bem. Li com toda a atenção as suas palavras e tenho a dizer-lhe que, quando o atual presidente da ADOP já não for presidente da ADOP e voltarem os tempos antigos, da verdade do combate ao doping, onde apenas se realizavam amostras à urina e a dois atletas sorteados de todos os que estavam a treinar, tudo voltará a estar em harmonia”.

Foi divulgado no sítio onde se divulgam emails privados; é facto público e notório dispensado de prova.
“Os tempos antigos…” Oh diacho, aqui há gato! Por lebre. É o princípio ativo do doping fazê-los ir mais alto, mais longe, mais forte (Citius, Altius, Fortius).
Esta expressão do Presidente da ADOP é um pouco como a palavra azeiteiro. Pode ser uma coisa e outra. E só ele saberá o que quis dizer.

Eu cá deito-me a adivinhar. Tempos antigos podem ser tempos prescritos. Se verificarmos o significado na Lei Antidopagem no Desporto, republicada pela Lei n.º 93/2015, de 13 de Agosto, verificamos que a responsabilidade criminal e contra-ordenacional se extingue em tempos relativamente curtos (3, 5 a 7,5 anos). Isso deve-se a penas reduzidas para crimes tão hediondos.
Não espanta, por isso, que antigos jogadores comecem a cantar histórias de “amarelinhas”, como é o caso de Walter Casagrande, campeão europeu pelo FC Porto, (https://www.record.pt/…/casagrande-confessa-uso-de-doping-n…), ou falem de “ingredientes” num “jogo sujo”, caldeado com um presidente carismático, um grande treinador e grandes jogadores. Esta é do comentador e ex-jogador Fernando Mendes.
O tal método infalível.

Já o desbocado do Jardel confessou que “o médico e o fisioterapeuta da equipa (FC Porto) sabiam, porque eu lhes contava. Eu fazia exames todos os dias antes do treino, fiquei fechado durante um mês na concentração para recuperar”.
Pois é, se ninguém quer “tempos antigos”, então, temos de apoiar a iniciativa do Sport Lisboa e Benfica de apelar para a realização de controlos anti-doping ao seu plantel e ao do FC Porto até final da época.

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Esta iniciativa traz transparência ao desporto e protege a saúde dos atletas. É uma ideia que entra na cabeça de qualquer azeiteiro.
Só pode merecer o tratamento favorável da comunicação social.
Sou um lírico incorrigível!

Escreve a página: “Se um Benfiquista incomoda muita gente

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