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Uma ‘estória’ sobre a ultima capa do Correio da Manhã

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Com os devidos créditos ao ” Se um Benfiquista incomoda muita gente“…uma ‘estória’ que merece e tem de ser partilhada…

«Vou partilhar uma história de ficção. Num País que não existe, um profissional de uma cidade contacta um colega de outra cidade. Invoca uma necessidade urgente de conversarem. Presencialmente. E qual era o tema? Uma investigação que decorria nas autoridades da sua Cidade, movida por afinidades clubisticas assumidas por fanáticos. O fanatismo e ódio a membros de outros clubes e Cidades – desse País de fantasia – eram os valores sociais reinantes, segundo disse. E por aí podia ganhar-se muito.

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O ambiente era o de uma espécie de Gotham City, para evitar extensas descrições. Em síntese, eram frequentes as atividades criminosas impunes, mesmo os processos que chegavam a julgamento acabavam com a absolvição de arguidos fortemente indiciados. Ultimamente, já nem abriam inquéritos sobre notícias de crime divulgadas publicamente. Segundo o profissional dessa animada Cidade, foi delineado um plano de longo prazo que passava por esgotar os recursos públicos da ação criminal, através de frequentes denúncias anónimas contra outros clubes da outra Cidade.

A par disso, tinha sido organizada uma milícia que recorria à violência constante para criar um ambiente de intimidação junto da comunidade desportiva e não só. A execução deste plano seria ocultada com a imputação falsa destas práticas aos outros clubes vítimas das mesmas. Durante a reunião, o profissional contactado ouviu uma história na qual os factos não eram muito precisos mas indiciavam que um dos Clubes da sua cidade manteria contactos com empresários e dirigentes de outros clubes, para estes serem muito competitivos em determinados jogos. Era esta a tese de mais um caso.

Nada de muito original, portanto. Mas o sumo da abordagem era a possibilidade de afetar investigações que poderiam ser perturbadoras, a troco de dinheiro! Com pilim tudo mudaria. Até o ódio! Seriam pagos serviços em ambiente internacional. Esses fluxos seriam depois distribuídos por canais de confiança. A questão óbvia foi colocada: como é que isso sobrevive à jurisdição soberana? A resposta foi tranquila, existiam laços familiares que fortaleciam a rede. Paralelamente, existia ainda um meio de comunicação disposto a pagar uma choruda prestação por um exclusivo.

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Para que tudo corresse bem ainda havia uma proposta de parceria para partilha de oportunidades. O profissiomal contactado ouviu e transmitiu a quem de direito. Nunca mais se disponibilizou para conversas deste tipo e chegou a interrogar-se se teria sido ameaçado. Mesmo no plano da ficção, ficou a pensar se isto seria possivel… Encolheu os ombros e desejou que fosse tudo uma mistificação.

Só num País muito corrupto seria possível uma tal degradação de valores institucionais. A esperança é que nesse País, que não existe, a opinião pública resistisse aos estímulos básicos do crime organizado, apesar de réplicas desta história aparecerem noticiadas de quando em quando. Por exemplo, quando as atividades criminosas contínuas eram mais evidenciadas (fraudes nas arbitragens de jogos, agressões a adeptos de outros clubes no espaço público) logo surgia um título num jornal a insinuar que o criminoso seria a vitima.

Caramba, que história! Isto nunca aconteceria entre um povo de brandos costumes. A ficção e a realidade não coincidiriam numa miséria tão decadente. Só que quem não gosta de Gotham City tem de estar preparado para tudo.»

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