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“É difícil quando tens de abandonar uma coisa que foi a tua casa durante tanto tempo, não é?”

Rafa na sua última grande entrevista

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Rafa Silva despediu-se do Benfica e falou em entrevista à BPlay, recordando memórias dos últimos oito anos.

«É difícil quando tens de abandonar uma coisa que foi a tua casa durante tanto tempo, não é? (…) Oito anos, as pessoas pensam que é fácil termos de ir embora, abandonar, que isto é só um trabalho, mas nós passamos tanto tempo aqui, com estas pessoas, neste relvado, que isto torna-se uma coisa da nossa vida e é sempre difícil.

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Saio todo contente porque sei que fiz o meu trabalho e as pessoas que deixo para trás são amigas e que considero muito na minha vida.

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É sempre difícil porque, como eu disse há bocado, estou a abandonar uma coisa que é basicamente quase a minha carreira, são oito anos. As pessoas não têm muita noção do que são oito anos num clube, e acho que é isso que eu senti nesse momento, foi: OK, isto está a acontecer, está na minha hora, decidi que assim o fosse. Mostra que eu tenho uma grande família, fora da família que tenho em casa, e eu sempre disse isso. Para mim o mais importante serão sempre as conexões que eu faço e não o que eu faço como jogador, porque isso a mim não me interessa muito. Teria de sair e iria sair pelo meu pé. Disse isto num grupo nosso que estava a bater tudo certo. A estreia foi contra o Arouca, em Arouca, e que a despedida fosse contra o Arouca, agora em nossa casa… Acho que foi uma coisa perfeita.

Não foram fáceis. Gostava de ter mais, como é óbvio. Sinto que muitas vezes podíamos ter tido outro desfecho, mas o futebol é assim. Para mim, o futebol e a vida são assim. Não é tudo como queremos, não vamos ganhar sempre, e o sabermos estar, o sabermos estar a perder, também é uma coisa que tive de aprender, e saber lidar, porque não é fácil. As pessoas pensam que nós saímos daqui e está tudo bem, porque ganharam o dinheiro deles e agora vão para casa, vão de férias. As coisas não são assim. Mas isto é a nossa vida. Nós gostamos genuinamente do que fazemos, e, para mais, o que gostamos mais é do sítio que estamos a representar, porque, lá está, é o sítio que nos dá as condições certas para conseguirmos evoluir, e para conseguirmos ser o que nós vamos ser, e o que nós somos. E então acaba, para mim, por ser um bocadinho de emoções mistas. Contente pelas conquistas, mas poderiam ter sido mais.»

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