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“Ter permitido que um rancho garrido de incendiários entrasse pelas suas portas só pode ser imputado ao Benfica”

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A gestão de um clube de futebol de topo não é para meninos. As despesas correntes custam uma fortuna e os proventos, frequentemente, não acompanham os esforços do tesoureiro. É assim um pouco por todo o lado e não é novidade nenhuma. Novidade, neste capítulo, será sempre a dose de criatividade empregue para debelar situações menos alegres no cofre da casa. O exemplo mais recente de uma prática imaginativa na gestão de um clube de futebol de topo chega-nos de Alvalade através da edição de ontem deste mesmo jornal. O Sporting vai processar o Benfica, rezava a manchete. Assim, à primeira vista, nem se trata de uma situação excecional até porque, se pudesse, o Sporting processava todos os dias o Benfica pela razão simples de existir. Este processo, no entanto, é de cariz francamente criativo e só por isso leva daqui o destaque que lhe é devido.

O Sporting vai processar o Benfica para recuperar “um pouco mais dos 359 mil euros que pagou de indemnização por causa do incêndio do Estádio da Luz”. O Sporting ainda “entende que a fatura deve ser dividida ao meio com o rival”. E entende também “que as falhas da águia potenciaram os prejuízos”. E, muita atenção, que a águia aqui chamada não é a águia Vitória, embora fosse fácil ao Benfica, enveredando por esse caminho em sua defesa, fazer provar em tribunal que o grande pássaro que sobrevoa o seu estádio em dias de jogo não podia jamais, até por ser um pássaro, ser responsabilizado pelas “falhas” que potenciaram o incêndio de uma bancada do Estádio da Luz numa noite de novembro de 2011.

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Sim, 2011. Há nove anos, portanto, que o Benfica vive na iminência de ter de indemnizar o Sporting pelo incêndio provocado por adeptos do Sporting nas instalações do Estádio da Luz, que é propriedade do dito Sport Lisboa e Benfica. O facto indesmentível de o Benfica ter permitido que um rancho garrido de incendiários entrasse pelas suas portas e torniquetes de última geração só pode ser imputado ao Benfica, pelo que se aguarda com impaciência a decisão final do tribunal que irá decidir sobre o valor da indemnização a pagar por Luís Filipe Vieira a Frederico Varandas. Este binómio casa-ardida-indemnização-à-porta ainda vai dar muito que fazer a juízes e a companhias de seguros, é de temer.

Perante estes dados e face à criatividade da reclamação do Sporting neste episódio acalorado com o Benfica, prepare-se António Salvador para desatar os cordões à bolsa e pagar um dia destes a Frederico Varandas o valor integral que o Sporting ficou de pagar ao Sp. Braga pela transferência do treinador Rúben Amorim e que, a fazer fé nos lamentos dos minhotos, ainda não pagou. A título indemnizatório, obviamente, o Sp. Braga pagará do seu próprio bolso a venda do seu próprio treinador e que não se queixe porque grandeza é grandeza até nas artes da criatividade.

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