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“Há anos que fala de mim e não respondo”

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O português Pedro Pichardo, que se sagrou campeão olímpico do triplo salto em Tóquio’2020, admitiu que não é “uma pessoa muito emotiva” e que o dia seguinte ao da conquista da medalha de ouro será “um dia normal”.

“Não sou uma pessoa muito emotiva. Sou campeão olímpico, mas amanhã acordo e é um dia normal. Já estou a pensar em setembro ganhar a Liga Diamante. Não paro aqui, estou sempre a pensar em competir”, explicou.

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Pichardo venceu o concurso com um salto de 17,98 metros, novo recorde nacional, conquistando a primeira medalha de ouro para Portugal em Tóquio2020. O facto de o estádio não poder ter adeptos “até foi bom”. “Vou para o quarto e festejo sozinho lá. Tenho muita vergonha, sou mais reservado”, declarou, quando questionado na zona mista sobre a razão de não ter dado a típica volta olímpica.

Pichardo lembrou a avó, que já morreu, em quem pensa sempre que salta, e explicou que os momentos de prece que foi tendo entre saltos, da sua religião ioruba, são “rituais” antes e durante da competição, para pedir “força e que saia saudável”.

“Estou há quatro anos a trabalhar para dar medalhas a Portugal. Ouvir que um português não é feliz porque um estrangeiro chega ao país e se sente feliz por representá-lo… é complicado. Moro em Portugal, a minha filha nasceu lá, vou continuar e não vou voltar. Mesmo assim, há portugueses que não se sentem felizes que um atleta como eu more lá. É um bocado ingrato”, admitiu.

Festejou, no estádio, com “todos os portugueses que lá estavam, eram fáceis de identificar pelo polo vermelho”, e tem “sentido o calor, na Aldeia [Olímpica] e por mensagens”, mesmo que alguns “continuem a falar por ser luso-cubano, daquelas confusões”.

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“Ainda hoje não posso voltar a Cuba. Há pessoas que não entendem isso”, desabafou.

Sobre a eterna polémica com Nelson Évora, campeão olímpico na disciplina em Pequim’2008 e que se despediu em Tóquio’2020 na qualificação, declarou que a confusão lhe trouxe ofensas e “faltas de respeito”, além de insultos e mentiras, também pela “confusão do Sporting e do Benfica” que vem da altura em que chegou a Portugal.

“Não tenho falado mal do Nelson. Há pouco enviaram-me o link sobre o Nelson falar do abraço. (…) Não falo mal do Nelson, não quero levar o assunto para problemas pessoais. Há anos que fala de mim e não respondo. Já ganhou tudo, porque não me deixa a mim fazer a minha carreira?”, disparou.

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